Passei a noite toda pensando em um presente para você, teria que ser algo feito por mim, algo que te surpreendesse, porque mesmo sabendo que seu coração não me pertence é a sua voz que eu gosto de escutar, é o seu sorriso que eu gosto de ver e é ao seu lado que eu gosto de ficar. Quando acordei e fui até a janela me lembrei que estava na casa da vovó, que ficaria o final de semana inteiro sem te ver, fiz um bico para os pássaros e pensei comigo mesma 'que saco, péssima época para passear, logo agora que tenho um amor, logo agora que quero muito ver uma pessoa em especial'. Fui tomar o café, tinha broa e suco de morango, minha combinação preferida, a vovó sabe disso perfeitamente, então ela sempre faz quando eu venho aqui. Quando senti minha barriga bem cheia sai para dar uma volta, andar por aquela estradinha de pedras que eu tanto amava, ver a folhagem verde ao meu redor, sentir o frescor das árvores e o cheirinho de terra molhada por conta da chuva que caiu na noite passada. Avistei uma rosa linda, não era  a única mas era a maior, a mais bela, abaixei perto dela e fiquei olhando, ela sorriu pra mim e eu perguntei:

_Posso dar-lhe de presente para um pessoa especial?

_É claro que sim, você vai me levar para a cidade?

Concordei com a cabeça, usei um truque para tirá-la sem dor e a plantei em minha mão, tive que ter cuidado para minha mãe não ver, ela com certeza iria desmaiar, ainda não sabe que tenho super poderes então para ela eu continuo sendo uma menina normal.

O final de semana durou séculos mas finalmente chegou a segunda-feira, lá estava ele no pátio da escola, meu irmão foi correndo cumprimenta-lo, e eu cheguei toda sem graça, pedi se podia lhe dar um presente e ele disse que sim.

Fomos para a quadra, vi que estava um pouco nervoso, ele não pensou que eu fosse agarra-lo ali não é? Na verdade eu faria isso, se fosse um pouco mais velha, fala sério, não tenho idade para essas coisas, mas tenho idade para dar presentes, e que presente mais bonito existe nesse mundo do que uma flor?

_Pra mim?

_Sim, estava plantada na palma da minha mão. - Ela cresceu de repente, com um piscar mágico é claro. - Agora é sua. - Eu disse com um sorriso largo.

_Não vai doer? - Ele perguntou ao tocar o caule da flor, fiz que não com a cabeça, ele pegou a flor e sorriu de canto, sentiu seu perfume. - É linda Larissa, obrigada.

Não consegui responder, fiquei sorrindo feito uma boba enquanto ele saiu da quadra, suspirei e ainda pude sentir o cheiro da rosa, aquela rosa tão rosa, tão linda que encontrei na minha estradinha de pedra. aquela rosa... Meu presente, de amor.